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17. Decifrar-me? Decifrar-me é para poucos (ou, para nenhum) geralmente sou cifrada. Cifrada até por mim, já que nem o meu excesso de palavras é capaz de me descrever. Antemão, posso dizer que sou o vazio que sobra das partidas e a ansiedade que falta das chegadas.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Afogada.

Carrego uma porção de nada, sinto uma porção de tudo. 

Nasci para ser lagoa, mas me tornei maré. Dessas que não têm direção, que te puxam e te levam pra longe. Dessas que todo mundo tem medo de entrar. Nasci com a intensidade das ondas Maurício, e a vida não tem sido fácil pra mim. 

_ A vida não é fácil pra ninguém.
(silêncio)

Eu esperava que você fosse apenas mais uma onda calma, ondas que nos tiram para dançar e causam sorrisos. Ondas que passam por mim, não ficam, mas também não causam estragos. Mas você foi tufão. 

_ Eu te causei estragos? 
_ Não, você estragou tudo.
_ E qual a diferença? 
(silêncio)

Eu perdi um pedaço no mar. No mar que sou eu, eu me perdi em mim mesma. Estou me sentindo afogada. Afogada em uma coisa que eu não sei o que é, mas quase parece medo. Acontece, que eu não aguento mais remar e desaprendi a nadar. Essa é a coisa mais triste a se fazer, desistir. Mas eu desisto, não suporto mais ter  apenas um coração e todo o sentimento do mundo

                                                                                          _Quezia Ramalho

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